As pessoas tendem, por instinto de sobrevivência, a buscar primeiro saciar as necessidades básicas como comer, morar, vestir. Depois vem uma fase de querer ter as coisas como carros, eletroeletrônicos e o conforto do dia a dia.
E em um terceiro estágio, as pessoas buscam um lazer mais interessante como apreciar vinhos, comer em restaurantes, ir ao teatro e a exposições de arte. Um psicólogo chamado Abraham Maslow até criou um hierarquia de necessidades nesse sentido.
Como sou otimista inveterado, acho que o brasileiro está passando do segundo para o terceiro estágio de desenvolvimento. As pessoas já estão se saciando dos bens materiais e estão buscando um lazer mais qualificado. Estão passando do ter para ser.
E uma prova disso é a exposição de Escher no CCBB no Rio. Essa foi a exposição de arte mais vista do mundo em número de visitantes diários. Isso não é pouco, dado as grandes exposições em museus europeus e americanos que ocorreram ano passado. O Brasileiro está buscando cultura.
Mas onde quero chegar é no mercado de arte. Se essa mudança for um tendência nos próximos anos, podemos esperar que o mercado de arte também continue aquecido, com novos colecionadores e até compradores eventuais que queiram ter uma peça diferenciada. Analisando por esse prisma, apesar do alto crescimento no valor das obras de arte nos últimos anos, é possível ainda existir um bom espaço para valorizações. Essa é uma necessidade ainda a ser saciada.